Diego Granjeira da Mata, antes de ser barbeiro, era um profissional do ramo de metalúrgica, que por muitos anos residiu em Curitiba-PR. Casado com Sandra Regina Pedroso da Silva, pai de Vitor da Silva Pereira e Valentina Pedroso da Mata.

Depois de alguns anos na capital paranaense, retornou para Batayporã, e novamente foi trabalhar como metalúrgico em empresas da região.

Desde jovem Diego nutria o sonho de estudar, fazer algum curso técnico na área em que atuava “metalúrgico”, mas não tinha um horizonte definido, se realmente seria isso que queria, mesmo sendo um grande profissional na função que exercia.

Falando a nossa reportagem, Diego em suas palavras nos disse: certo dia, em conversa por telefone com sua irmã, “Laís”, que reside em Taquarussú-MS, e já trabalhava na área estética, ela lhe enviou uma propaganda de uma escola, que estaria ministrando um curso de barbeiro.

No momento, Diego disse que não se interessou muito. Pois, via como entrave a concorrência, que naquele momento estava em alta, e não via uma forma de ganhar dinheiro o suficiente para tirar o sustento familiar, sendo barbeiro, mas ficou com aquilo na cabeça.

Então dias depois, em seu serviço de metalúrgico, ele falando com seu encarregado, comentou sobre o assunto, e o que ele achava. Bem transparente o chefe disse “O que e manda é ser um profissional diferenciado, e que a concorrência não atrapalha”. Ai então entendeu a mensagem que ele lhe passou em poucas palavras.

“Foi então que juntei algumas economias que eu tinha juntamente com minha esposa, e mesmo com dificuldade me inscrevi no curso. Dias depois a empresa que iria ministrar o curso me ligou e disse da data do curso. Fiquei feliz, e pensei comigo mesmo, vou encarar e dar o melhor de mim”.

Já em Batayporã, em conversas com amigos no meu bairro que mora até hoje, ele começou a comentar que iria fazer o curso de barbeiro, “ali mesmo um dos amigos já disse, “então corta meu cabelo”, aí respondi, cara, mas eu não sei cortar cabelo, eu só me inscrevi no curso, quando eu fizer ai sim, estou pronto. Ele insistiu, e eu pensei, vou arriscar, e então debaixo de uma árvore, em frente de minha casa, eu peguei uma máquina de corte e uma tesoura e cortei cabelo dele. Fui no jeitão que achei que estava bom, aparentemente saiu um corte social, e ao finalizar ele ainda me deu cinco reais, eu não queria receber, pois, não era barbeiro ainda” Disse.

Diego conta que em seguida, outro vizinho viu e gostou, e já pediu para cortar o dele também, e ele fez o corte. A notícia começou a espalhar, e com isso me animei, e já fazendo o curso, a vontade de ser um barbeiro profissional cresceu. Comecei a cortar cabelo dos amigos da empresa, uns brincava com os cortes, mesmo assim nunca desanimei. Um dos fatores importante, é que sempre contei com apoio da minha esposa que não deixava eu desanimar.

Logo em seguida terminei o curso, continuei a cortar cabelo, e sempre com o pensamento, “eu estou aprendendo, estou gostando ainda, mas eu queria mais, queria me tornar um empreendedor, ir mais longe, fazer a diferença, inovar”. Foi aí então que montou um salão no bairro que mora em Batayporã, na Vila Maria Gonçalves, em minha residência.

Na época algumas pessoas me criticavam as escondidas, mas eu não desanimei, “falavam que eu era louco, que estava desperdiçando dinheiro, mas eu queria valorizar meu bairro”.

Voltando a relatar a história ele disse: iniciei em casa mesmo, bem apertado, sacrificando até o quarto do filho mais velho, que se transformou em um salão, e neste meio tempo fui planejando meus investimentos, comprando as coisas aos poucos, já na intensão de construir meu salão. Com o aumento dos clientes, e minha esposa sempre observando, foi aí então que ela percebeu que estava dando tudo certo.

Certo dia eu falei com ela, faz um curso também, ela se animou, então fomos e fizemos a inscrição dela, lembro-me na época ainda com poucos recursos, por estar trabalhando e fazendo investimentos, a empresa fez para nós em várias vezes, a perder de vistas, e assim ela foi. Eu sempre brinco, acho que ela foi fazer o curso sem querer, só por insistência minha, mas fez por mim, e já nos primeiros dias já pegou gosto pela nova e futura profissão. Hoje ela é uma grande profissional na área de beleza e estética.

Para mim, hoje como profissional, vejo que o importante é sabermos fazer o diferencial, moramos numa cidade pequena, mas tem espaço para todos os profissionais. Existe dois tipos de clientes, o cliente satisfeito e os clientes insatisfeito, e aqui na nossa empresa sempre busca pela excelência. O que me emociona, eu e minha esposa trabalhando duro diariamente, e saber que nosso filho mais velho já se tornou também um grande profissional no ramo de barbeiro. Um outro cliente nosso, também aprendeu comigo, e hoje é também um grande profissional.

Temos muito serviços, aprendi muito no dia a dia trabalhando. Repassei meus conhecimentos ao meu filho, e as coisas só foram fluindo, e hoje ele já trabalha comigo na empresa.

Com relação ao filho, deixei ele tomar sua própria decisão, não forcei ele a vir ser um barbeiro. Certo dia eu estava na barbearia e minha esposa me disse “O Vitor decidiu que vai ficar só na barbearia, que vai deixar o serviço que ele está” para mim, foi motivo de alegria.

Ampliamos nossos negócios, abrimos outro salão mais na área central, e nosso objetivo é crescer cada vez mais, sempre com muita humildade. “Admiro os demais profissionais e respeitamos a qualidade de seus serviços, e volto a dizer, tem espaço para todos neste ramo”.

Lembro-me que o primeiro corte de cabelo que o Vitor realizou foi em mim, (seu pai), e hoje afirmo com muita humildade, ele já é um grande profissional, e busca melhorar cada vez mais. Hoje trabalhamos eu e minha esposa, eu na barbearia e minha esposa Sandra abriu seu salão lado da barbearia.

Ao site Bata News, um dos hoje funcionários da Dieguinho Barbershop, falou da satisfação de trabalhar na empresa. Disse que foi graças a oportunidade que o Diego lhe deu, e na época ele mesmo com medo arriscou os primeiros cortes, e que queria trabalhar por conta própria, e mesmo sabendo que ele poderia ser mais um concorrente, Dieguinho o ensinou cortar cabelo e fazer acabamento. Mas acabou que hoje ele se tornou um dos colaboradores da barbearia onde trabalha atualmente.

Votando a falar de si, Diego disse. Eu sempre mantive a ideia, quero ser um barbeiro, mas também um empreendedor, ter regras, planejamento, metas. Não tive medo de passar meus ensinamentos, no início fizemos muito cortes grátis para treinar, e vejo que tudo valeu a pena. Estamos em constante busca pela qualidade e novas tendências, fazendo treinamentos, e procurando melhorar cada vez mais, pois nossa luta é contínua.

Agradecimentos: Só temos a agradecer a Deus e aos nossos clientes, eles são o motivo de nossa existência. Ah? Certo dia fomos surpreendidos por alguns de nossos clientes que fizeram homenagens para nós, falava de quando iniciei, trabalhava empresa de metalúrgico durante o dia, chegava a tarde em casa e ainda ia fazer uns cortes de cabelo e trabalhar na construção do salão nos dias de folga, enfim, uma luta que valeu a pena, e o melhor, contada pelos nossos clientes.

Ao falar da esposa, ele expressa orgulho em dizer que Sandra, se tornou uma excelente profissional, proprietária de seu próprio negócio, a qual trabalha com depilação sobrancelhas e vários outros serviços femininos.

“Nunca desista de seus sonhos, nunca diga que é impossível, a força de vontade nossa, é que foi o diferencial, e veio a se concretizar com o reconhecimento dos clientes, nossos clientes são tudo para nós”. Finaliza.